OCUPAÇÃO DA VITRINE, é um projeto de intervenção Site Specific, através de um edital aberto, para criar um trabalho em uma das vitrines da nossa fachada AT|AL|609, este projeto tem a intenção de motivar e abrir espaços para experimentação criativa de artistas de diferentes áreas, nesta edição , o projeto selecionado foi:
Projeto
Titulo: “Proposta para tempos invertidos”
Artistas: Marina Mayumi (Mayu Mayumi) e Lídia Leal (Lídia Lee)
Programação de atividades:
Início do processo: 13.11.2017
Micro Performance: 22.11.2017
Conclusão do processo e Performance: 30.11.2017
CONCEPÇÃO DO PROJETO:
Proposta para tempos invertidos surge pela tentativa de lidar com dois tempos: o do crescimento das ervas e dos corpos presentes das artistas que se encontrarão no espaço da vitrine para constituírem uma ação performática.
O primeiro tempo implica o crescimento das plantas onde estarão elas mesmas desafiadas a crescerem fora de sua lógica habitual. Assim como o artista visual Rodrigo Bueno (1) utiliza-se de galhos e plantas em objetos para tratar dos diversos tempos coexistentes entre trajetórias humanas e não humanas, nós também partiremos da relação das plantas com o espaço e o
tempo. Nossa investigação se dá na relação que as plantas irão estabelecer entre o ambiente expositivo onde estão implicadas luzes, ares, olhares, pessoas que passam na rua e pessoas de dentro da galeria. Que tipos de relações poderão surgir pelos fluxos temporais onde estão implicados simultaneamente passantes da rua e as plantas na vitrine? As plantas terão que se adaptar a uma nova condição de vida assim como os passantes terão
que habituar-se a um novo olhar para a vitrine ocupada ao perceberem uma nova configuração para a disposição de corriqueiros vasos de plantas.
O segundo tempo reúne duas artistas junto às plantas cuidadas por elas mesmas durante o período de exposição. Busca-se instaurar relações que se darão entre duas artistas mulheres quando em conexão por meio da perfomance que aqui tem potência para a ativação de laços, intimidades, sororidades, linhas de cuidados estabelecidas primeiramente entre as artistas e as plantas e posteriormente entre elas mesmas ao se encontrarem para um banho ritual performático instaurando novos sentidos para vitrine que neste segundo momento será parte da interação entre os corpos das artistas, os passantes da rua e convidados. O banho é aqui pensado como um cuidado mútuo de uma com a outra e nos dá pistas sobre as micro-resistências destas mulheres em seus rituais cotidianos.
(1) Ver trabalhos de Rodrigo Bueno em: http://mataadentro.com.br/Mandinga-de-Inca